segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Os 3 Rs " Reduzir, Reutilizar e Reciclar"
A matéria-prima para a fabricação do plástico é o petróleo, um recurso não-renovável. Ou seja: reciclar as sacolas significa economizar petróleo. “Quando jogamos plástico fora, estamos jogando petróleo no lixo”, diz o presidente do Instituto Brasil Pnuma, Haroldo Mattos de Lemos. Atualmente, 4% do petróleo mundial é destinado à produção de plásticos.
Francisco de Assis Esmeraldo, presidente do Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos (Plastivida), resume o trabalho da instituição com três “Rs”: reduzir, reutilizar e reciclar. A primeira proposta seria uma medida de curto prazo. Esmeraldo explica que se as sacolas plásticas distribuídas pelo comércio estivessem dentro das normas, ou seja, suportassem os seis quilos exigidos, o consumo seria reduzido. Para isso, a Plastivida lançou em abril uma campanha pela qualidade das sacolas disponíveis no mercado. “Estimamos que, em um ano, haverá redução de 30% do consumo”.
Outra redução possível está em adotar medidas já existentes na Europa, como cobrar pela sacola plástica, o que obrigaria a reutilização. Como ficaria o lixo doméstico? Haroldo de Lemos diz que seria necessário fazer um estudo para saber o que sairia mais barato: reutilizar a do mercado ou comprar a própria para lixo.
O segundo R, a reutilização, pode estar nos hábitos mais simples do dia-a-dia, como usar a sacola do mercado para colocar o lixo doméstico. “As empresas de coleta de lixo não aceitam que se jogue o lixo de qualquer jeito, porque dificulta o recolhimento. As sacolas prestam um serviço de acomodar bem o lixo”, aponta Haroldo de Lemos. Ele destaca que o hábito ajuda a reduzir a emissão de gases causadores das mudanças climáticas, retardando o processo de decomposição do lixo.
Na opinião do presidente da Plastivida, as pessoas mais pobres são as que mais reutilizam as sacolas: “Usam para forrar gaveta, fazer pipa e outros brinquedos para as crianças, além de acondicionar o lixo”. Campanhas de reutilização são uma arma para redução do consumo. “Lançaremos as sacolas plásticas retornáveis ou as chamadas ecológicas, que podem ser de pano, papel ou nylon. As plásticas serão mais resistentes.”
O último R é o da reciclagem. Para o Francisco Esmeraldo, esta é uma questão que passa pela coleta seletiva do lixo, que considera um grande desafio. “Menos de 7% dos municípios brasileiros têm coleta seletiva”, revela. De acordo com dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), em 2006, o Brasil consumiu cerca de um milhão de toneladas de plásticos, mas apenas 20% dele foram reciclados.
Ainda assim, o Brasil ocupa o quarto lugar em reciclagem mecânica, ficando atrás da Alemanha, Áustria e Estados Unidos. Um ponto a nosso favor é o fato de a reciclagem no país ser espontânea, enquanto na Europa, por exemplo, a prática é impositiva e regulada por legislações rígidas e custosas para população.
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